sábado, 27 de junho de 2015

DESIGUALDADES SOCIAIS




 
O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva 
que compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até 
desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. 
De modo geral, a desigualdade econômica – a mais 
conhecida – é chamada imprecisamente de desigualdade 
social, dada pela distribuição desigual de renda.
 No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão
 de visita para o mundo, pois é um dos países 
mais desiguais.
 Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação
 mais desigual do mundo. 
O índice Gini, que mede a desigualdade de renda, divulgou 
em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto
 mais próximo de 1, maior a desigualdade), porém esta
 ainda é gritante.
Alguns dos pesquisadores que estudam a desigualdade 
social brasileira atribuem, em parte, a persistente 
desigualdade brasileira a fatores que remontam ao Brasil 
colônia, pré-1930 – a máquina midiática, em especial a
 televisiva, produz e reproduz a ideia da desigualdade, 
creditando o “pecado original” como fator primordial
 desse flagelo social e, assim, por extensão, o senso comum “compra” essa ideia já formatada –, ao afirmar que são
 três os “pilares coloniais” que apoiam a desigualdade:
 a influência ibérica, os padrões de títulos de posse de
 latifúndios e a escravidão.
É evidente que essas variáveis contribuíram intensamente
 para que a desigualdade brasileira permanecesse por 
séculos em patamares inaceitáveis. 
Todavia, a desigualdade social no Brasil tem sido percebida
 nas últimas décadas, não como herança pré-moderna, 
mas sim como decorrência do efetivo processo de
 modernização que tomou o país a partir do início 
do século XIX.
Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais – educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego,

 a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência. 
Essas são expressões do grau a que chegaram as 
desigualdades sociais no Brasil.
Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular. 
Os que vêm de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm menos
 probabilidade de chegar a um status social elevado, 
de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado.
 É verdade que as desigualdades sociais são em grande
 parte geradas pelo jogo do mercado e do capital,
 assim como é também verdade que o sistema político 
intervém de diversas maneiras, às vezes mais, às vezes 
menos, para regular, regulamentar e corrigir o 
funcionamento dos mercados em que se formam as
 remunerações materiais e simbólicas.
Observa-se que o combate à desigualdade deixou de ser responsabilidade nacional e sofre a regulação de instituições multilaterais, como o Banco Mundial. 
Conforme argumenta a socióloga Amélia Cohn, a partir 
dessa ideia “se inventou a teoria do capital humano, 
pela qual se investe nas pessoas para 
que elas possam competir no mercado”. 
De acordo com a socióloga, a saúde perdeu seu status 
de direito, tornando-se um
 investimento na qualificação do indivíduo.
Ou, como afirma Hélio Jaguaribe em seu artigo
 No limiar do século 21: “Num país com 190 milhões 
de habitantes, um terço da população dispõe de condições
 de educação e vida comparáveis às de um país europeu.
 Outro terço, entretanto, se situa num nível extremamente modesto, comparável aos mais pobres padrões afro-asiáticos. 
O terço intermediário se aproxima mais do inferior que do superior”.
A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo 
Estado democrático, não há como combater ou mesmo 
reduzir significativamente a desigualdade social no Brasil.
 Orson Camargo

segunda-feira, 22 de junho de 2015

CONSUMO CONSCIENTE




Consumir com consciência é consumir diferente, 
tendo no consumo um
 instrumento 
de bem estar 
e não um fim em si mesmo 

1. Planeje suas compras. Não seja impulsivo nas compras.
 A impulsividade é inimiga do consumo consciente. 
Planeje antecipadamente e, com isso, 
compre menos e melhor. 
2. Avalie os impactos de seu consumo. Leve em 
consideração o meio ambiente e a sociedade em
 suas escolhas de consumo. 
3. Consuma apenas o necessário. Reflita sobre suas 
reais necessidades e procure viver com menos.
 4.Reutilize produtos e embalagens. Não compre outra
 vez o que você pode consertar, transformar e reutilizar. 
5.Separe seu lixo. Recicle e contribua para a 
economia de recursos naturais, a redução da 
degradação ambiental e a geração de empregos. 
6.Use crédito conscientemente. Pense bem se o que 
você vai comprar a crédito não pode esperar e esteja 
certo de que poderá pagar as prestações.
 7.Conheça e valorize as práticas de responsabilidade
 social das empresas. Em suas escolhas de consumo, 
não olhe apenas preço e qualidade do produto. Valorize
 as empresas em função de sua responsabilidade,
 para com os funcionários, a sociedade e o meio ambiente.
 8. Não compre produtos piratas ou contrabandeados.
 Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma,
 contribua para gerar empregos estáveis e para combater
 o crime organizado e a violência.
 9. Contribua para a melhoria de produtos e serviços. 
Adote uma postura ativa. Envie às empresas sugestões 
e críticas construtivas sobre seus produtos e serviços.
 10. Divulgue o consumo consciente. Seja um militante 
da causa: sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente.
 Monte grupos para mobilizar seus familiares,
 amigos e pessoas mais próximas. 
11. Cobre dos políticos. Exija de partidos, candidatos 
e governantes propostas e ações que viabilizem e 
aprofundem a prática de consumo consciente. 
12. Reflita sobre seus valores. Avalie constantemente 
os princípios que guiam suas escolhas e seus 
hábitos de consumo.


quinta-feira, 4 de junho de 2015

A PRESSÃO SOCIAL





 A pressão social é, por exemplo, um poder que nos
 induz a comprar um sabonete cheiroso, anunciado nos 
outdoors da cidade, ou uma força que nos deixa
 constrangidos diante da fala ou simples presença de
 autoridades e personalidades sociais, como um professor, 
um prefeito, um artista famoso, um policial.
 No entanto, pressão social não é apenas coerção física
 ou psicológica. 
Ela também está presente quando incorporamos
 comportamentos socialmente admitidos, seja por força
 das relações econômicas (patrões e empregados), seja
 porque as práticas religiosas, políticas ou morais
 nos levam a isso. Constantemente, somos submetidos 
às normas da boa convivência: obedecemos às regras de 
trânsito, somos regidos pela Constituição, conhecemos o
 estatuto do grêmio estudantil. Recebemos sanções punitivas
 ou premiativas, seja por meio de uma nota vermelha no
 boletim ou de uma medalha conquistada nos
 torneios escolares. 
São expectativas de comportamento das outros 
e de nós mesmos que nos influenciam ou que 
aprendemos a corresponder.
 Isso porque nossas relações sociais são fruto de 
um conhecimento acumulado de experiências mútuas. 
A pressão social leva indivíduos e grupos a adotarem 
padrões vigentes de comportamento. Formas brandas
 ou impositivas de pressão social são como as regras
 de um jogo. 
Da educação resultam indivíduos socializados.
 Por isso, reconhecemos as sinalizações, 
sabemos ou desconfiamos quando estamos infringindo regulamentos, provocando reações adversas ou 
acrescentando algo para um viver melhor.
 Quando um sindicato estimula uma greve para 
reivindicar aumento salarial para os trabalhadores, 
ocorrem inúmeras situações de tensão social.
 Nas negociações com os patrões, no julgamento
 sobre a legalidade da greve, em passeatas dos trabalhadores 
e em momentos mais dramáticos (caso seja cortado
 o pagamento dos grevistas ou a polícia reprima uma manifestação de rua), observamos objetivamente
 a pressão social. 
Essa pressão é uma forma de controle social, 
fenômeno multifacetado que emerge do
 processo de disputa.
 É o modo impositivo e institucionalizado de manter
 a sociedade organizada.
 Na atualidade, o Estado responde por formas 
ampliadas de controle social. 
Entre as finalidades do Estado está a de atender
 a população em matéria de saúde, educação e segurança.
 Essa pretendida proteção social, quer se concretize
 ou não,  serve geralmente aos interesses das classes
 sociais detentoras do poder.
 Controle social são meios ordenadores da vida
 em sociedade. 
Ao pagar impostos ou prepara documentos 
de identificação, sentimos a pressão da máquina estatal. 
Essa sensação de controle, porém, se faz presente
 em outras instâncias de nossa vida, ainda que de 
forma mais atenuada.
 Quando assistimos à TV ou ouvimos rádio, também
 somos pressionados socialmente, seja para comprar 
o vemos anunciado ou para adotar comportamentos sociais novos, muitas vezes estranhos ao nosso meio. 
INDIVÍDUO X SOCIEDADE Há que explicar o social 
A preponderância das regras da vida coletiva sobre a 
vontade do indivíduo leva os estudiosos a indagar sobre
 a possibilidade de equilíbrio nas relações entre o indivíduo
 e a natureza. Para Emile Durkheim (sociólogo francês), 
o social resulta da combinação