No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania.
Demos passos importantes com o processo de
redemocratização e a Constituição de 1988.
Mas, muito temos que andar.
Ainda predomina uma visão reducionista da
cidadania (votar, e de forma obrigatória, pagar
os impostos...ou seja, fazer coisas que nos são
impostas) e encontramos muitas barreiras culturais
e históricas para a vivência da cidadania.
Somos filhos e filhas de uma nação nascida sob o
signo da cruz e da espada, acostumados a apanhar
calados, a dizer sempre “sim senhor?, a “engolir sapos”,
a achar “normal” as injustiças, a termos um “jeitinho’
para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar
que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal
e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas
estão como estão é por vontade Dele.
Os direitos que temos não nos foram conferidos,
Os direitos que temos não nos foram conferidos,
mas conquistados.
Muitas vezes compreendemos os direitos como uma
concessão, um favor de quem está em cima para os
que estão em baixo.
Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é construída e conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social.
A cidadania não surge do nada como um toque de mágica,
A cidadania não surge do nada como um toque de mágica,
nem tão pouco a simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos.
É necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça
valer os seus direitos.
Simplesmente porque existe o Código do Consumidor, automaticamente deixarão de existir os desrespeitos
aos direitos do consumidor ou então estes direitos
se tornarão efetivos?
Não! Se o cidadão não se apropriar desses direitos
fazendo-os valer, esses serão letra morta,
ficarão só no papel.
Construir cidadania é também construir novas
Construir cidadania é também construir novas
relações e consciências.
A cidadania é algo que não se aprende com os livros,
mas com a convivência, na vida social e pública.
É no convívio do dia a dia que exercitamos a nossa
cidadania, através das relações que estabelecemos
com os outros, com a coisa pública
e o próprio meio ambiente.
A cidadania deve ser perpassada por temáticas
como a solidariedade, a democracia, os direitos
humanos, a ecologia, a ética.
A cidadania é tarefa que não termina.
A cidadania é tarefa que não termina.
A cidadania não é como um dever de casa,
onde faço a minha parte, apresento
e pronto, acabou.
Enquanto seres inacabados que somos,
sempre estaremos buscando, descobrindo, criando
e tomando consciência mais ampla dos direitos.
Nunca poderemos chegar e entregar a tarefa pronta,
pois novos desafios na vida social surgirão,
demandando novas conquistas e, portanto,
mais cidadania.
E você? Está realmente exercendo sua cidadania?
E você? Está realmente exercendo sua cidadania?
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